segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Brincando de ABC



Seria irônico de minha parte dizer que não sei escrever? Quer dizer, obviamente sei como se escreve, na teoria. Mas a verdade é que escrever não é simplesmente juntar letras para formar palavras. Escrever é juntar sentimentos acumulados no peito e passá-los para o papel, não para formar palavras e sim para ter um lugar onde guardá-los quando seu coração estiver cheio. Um diário seria o ideal, mas não para mim. Já tentei ter um e não me adaptei; narrar meus dias tediantes como se eles servissem para alguma coisa! E mais: não gosto de escrever o que sinto de forma explícita, sinto-me aberta demais, exposta demais. Qualquer um poderia ler. Por isso não sei escrever, só o que faço é combinar palavras para que fique bonitinho, às vezes algumas palavras contém sentimentos, às vezes são só brincadeira. Escrever é realmente um mistério. Para mim, pelo menos.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Cruzado


Andei ao seu lado sem você saber,
Pois não podias me ver.
Não te procurei,
nem sequer precisei!


O destino te jogou para mim,
e foi melhor assim.
Nossos passos eram sincronizados,
Andávamos juntos por lugares diferentes.


Até o dia em que cruzamos,
não nos falamos.
Ainda não era hora,
mas você já sabe agora.


Coincidências nos cercam.
De montes!
São como pontes...
Que tentam nos unir.


Nossos caminhos eram cruzados.
Ainda por serem separados!
Eu sempre estive com você,
apesar de me esconder.
Se algo acontecer,
eu vou interceder!


Hoje posso lhe abraçar,
E juntos podemos falar.
Nunca tivemos esta oportunidade,
O que está em suas mãos, agora, é a verdade.


Faça bom proveito dela,
pois posso ver pela janela
o desenrolar desta complicada novela.


O passado nos espera
trazendo consigo
tudo o que estava perdido.
Tornando-se um amigo.

Os outros e nós.


Conversa boba para os outros, mas importante para nós.
Momento normal para dos outros, mas diferente para nós.
Foto simples para os outros, mas rara para nós.
Abraço cotidiano para os outros, mas especial para nós.
Sorriso comum para os outros, mas fraterno para nós.
Sentimentos fáceis para os outros, mas únicos para nós.

"Para nós" ou "Para mim"?

Destino.



O dia tão esperado chegou,

medo nasce em seu coração
e por segurança ela clamou.
Aguardando o retorno da razão.



Ela esperou sua vida inteira por este momento!
O abraço aconchegante.
Desajeitado. Tímido... Perfeito.
Fazendo assim surgir,
um bonito sentimento.
Verdadeiro dentro de seu peito.



O mundo parou,
mesmo sem os conhecer
ela sempre os amou.
O abraço sincero irá permanecer.
Pelo menos assim ela desejou.



Não sabia se sentiam o mesmo,
nem lhe importava saber.
Ela iria os conhecer.



Ela só queria abraçá-los,
Coisa que nunca pôde fazer.
Sentiu algo que nunca sentira antes:
O amor. Não um amor comum, não...
Este era um amor mais belo, puro, virgem.
Um amor direto de sua origem.



Ela estava completa,
Para isso fora seleta.
Era seu destino!
Destino feliz. Destino triste.
Destino único. Destino confuso.
Destino...



Tudo estava resolvido;
Quisera ela... Quisera ela...
Mal sabia que este feliz drama estava apenas começando.
Era um problema querido.



Problema?
Se isto é um problema, por que ela sorri pelos cantos?
Por que nisso existem encantos?
Por quê? Por quê?



Por que sem resposta.
Felicidade exposta.
Medo sem ferida.
Alegria contida.
Sofrimento sem razão.
Ausência tem perdão!



Sentimentos e mais sentimentos...
Confusos, obscuros.
São apenas sentimentos...
De uma pessoa cheia de elementos.



Elementos bons ou ruins?
Ela não poderia dizer...
Como dizer algo sem saber?
Como fazer o sentimento amadurecer?
Como viver esta felicidade insana?
Como fazer tudo ficar bem?
Como não ferir ninguém?



Ela precisa viver,
Um dia de cada vez.
Para isso descobrir:
Não há como se ferir.



Pelo menos eu espero que não...
Do fundo de meu coração.

Ausência.




É pecado querer preservar o ausente?

É pedir muito um pouco de compreensão?
É ruim tentar deixá-lo presente?
É bom para meu coração?




A incompreensão mata,
O ciúme impuro remata.
Por que ela não entende?
Não estou abandonando ninguém!
Eu sou a refém.



Refém do medo.
Refém da saudade
Refém da felicidade
Refém do tarde e do cedo
Refém... de ninguém.



Não tenho morada.
Às vezes me sinto em casa,
Às vezes a solidão queima em brasa.
Às vezes sou amada,
outras, abandonada.



Mas será isso a realidade?
Ou será uma insegurança de minha mente?
A felicidade é crente,
É aquilo que você acredita fielmente.



Então o que vivo é real?
Espero que não!
Pois felicidades tristes são.



Onde moro?
Onde está a minha casa?
Sou um pássaro voando sem asa.



Se permitir, a ausência pode doer,
Isso que ela precisa entender!
Quero preservar a presença,
Esta é minha crença.



Respeito.
Preciso saber onde encontrar
Num mundo cheio de despeito.
Deixe-me amar!